A espécie não é endêmica do Brasil (Lohmann, L.G., 2020), sendo encontrada também na Bolívia. No Brasil ocorre nos estados de ALAGOAS, municípios de Anadia, Coruripe, Ibateguara, Maribondo, Penedo, Quebrangulo, São Sebastião, Tanque D'Arca, Taquarana, Teotônio Vilela, Viçosa; BAHIA, municípios de Abaíra, Alcobaça, Amargosa, Andaraí, Boquira, Caetité, Canápolis, Cândido Sales, Cocos, Correntina, Encruzilhada, Formosa do Rio Preto, Iraquara, Itaête, Ituaçu, Jaborandi, Jacobina, Jequié, Lagoa Real, Lençóis, Lícinio de Almeida, Maracás, Medeiros Neto, Miguel Calmon, Mortugaba, Mucugê, Niquelândia, Nova Redenção, Palmeiras, Piatã, Pindobaçu, Planaltino, Poções, Rio de Contas, Santa Cruz de Cabrália, Santa Rita de Cássia, Saúde, Senhor do Bonfim, Souto Soares, Vitória da Conquista, Wagner; CEARÁ, municípios de Crateús, Graça, Mauriti, Mucambo, Ubajara, Viçosa do Ceará; ESPÍRITO SANTO, municípios de Afonso Cláudio, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Fundão, Guarapari, Ibiraçu, Laranja da Terra, Linhares, Santa Leopoldina, Santa Teresa, Serra, Sooretama; GOIÁS, município de Cristalina; MARANHÃO, municípios de Buriti Bravo, Caxias, Mirador, Santa Luzia, São João dos Patos; MATO GROSSO DO SUL, município de Brasilândia; MINAS GERAIS, municípios de Além Paraíba, Arinos, Buritis, Carangola, Carlos Chagas, Catas Altas, Conceição do Mato Dentro, Confins, Cristália, Curral de Dentro, Descoberto, Itambacuri, Itambé do Mato Dentro, Itaobim, Jacuí, Jaíba, Januária, Jequeri, Manga, Matozinhos, Monte Belo, Morro do Pilar, Novorizonte, Pirapora, Presidente Juscelino, Salinas, Santana de Pirapama, Santana do Riacho, São João Nepomuceno, Tombos, Unaí, Várzea da Palma, Varzelândia, Viçosa, Virgem da Lapa; PARAÍBA, município de São José de Piranhas; PARANÁ, municípios de Campo Mourão, Colorado, Diamante do Norte, Jaguariaíva, Londrina, Ribeirão do Pinhal, Santo Antônio do Caiuá, Tuneiras do Oeste; PERNAMBUCO, municípios de Arcoverde, Jaqueira, Quipapá, Triunfo; PIAUÍ, município de Pedro II; RIO DE JANEIRO, municípios de Miguel Pereira, Petrópolis, Piraí, Santa Maria Madalena; SÃO PAULO, municípios de Águas da Prata, Águas de Lindoia, Analândia, Anhembi, Araras, Avaré, Brotas, Campinas, Cafelândia, Corumbataí, Dourado, Itaberá, Jaboticabal, Lins, Louveira, Magda, Marília, Mombuca, Monte Alegre do Sul, Monteiro Lobato, Palestina, Paulo de Faria, Pedreira, Promissão, São José do Barreiro, Taquaritinga, Teodoro Sampaio, União Paulista, Valentim Gentil, Votuporanga; SERGIPE, municípios de Capela, Nossa Senhora das Dores, Santana do São Francisco; TOCANTINS, município de São Miguel do Tocantins A Flora do Brasil 2020 cita ocorrência da espécie no estado do Rio Grande do Norte, e não cita Goiás, Paraná e Tocantins.
Árvore com até 25 m, não é endêmica do Brasil (Lohman, 2020). Popularmente como buxo-de-boi, culhões-de-bode e ipê-branco, foi documentada preferencialmente em Floresta Estacional Decidual associada aos Domínios Fitogeográficos Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica em diversos municípios distribuídos pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Apresenta distribuição conhecida muito ampla, EOO=2299653 km², AOO=912 km², mais de 20 situações de ameça, presença em Unidades de Conservação de proteção integral e está bem adaptada às paisagens alteradas pelo homem, muitas vezes formando grandes áreas homogêneas onde é permitido o crescimento (Tropical Plants Database, 2020). É de crescimento rápido e é uma excelente espécie pioneira para restabelecer florestas nativas. Entretanto, suspeita-se que seu potencial econômico esteja causando declínio no número de indivíduos maduros e consequentemente, no tamanho da população regional. Diante desse cenário, portanto, a espécie foi considerada Quase Ameaçada (NT) de extinção. Sua ocorrência em áreas degradadas poderá causar declínio de habitat ou populacional, diminuindo o número de situações de ameaça para menos de 10, caso as ameaças não sejam controladas, transferindo a espécie para a categoria Vulnerável (VU) novamente. Recomendam-se ações de pesquisa (censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação, Plano de Manejo sustentável) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois extinções locais podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para a implementação de Planos de Ação Nacional (PAN) em territórios situados ao longo da distribuição conhecida
A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como Vulnerável (VU) na Portaria MMA 443/2014 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação reavaliado após cinco anos da última avaliação.
Ano da valiação | Categoria |
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2012 | VU |
Espécie descrita em: Revue Horticole (Paris) 154. 1868. Nome vulgar: buxo de boi, culhões de bode, ipê branco (Lohmann, L.G., 2020), Ipê felpudo (Zuntini 89), ipê-bóia (Mattos-Silva 2341).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 5.3.1 Intentional use: subsistence/small scale (species being assessed is the target) [harvest] | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
A extração de madeira para carvão, construção civil e uso doméstico tem sido uma ameaça generalizada à Caatinga por muitos séculos. Historicamente, árvores grandes e maduras eram altamente valiosas ao ponto de serem suprimidas a virtualmente desaparecerem da paisagem. O uso industrial das árvores da Caatinga para a produção de carvão, que é parcialmente feito de forma ilegal e descontrolada, contribui fortemente para modificar a densidade e a estrutura da vegetação remanescente (Gariglio et al., 2010). O uso de madeira e carvão para uso doméstico (por exemplo, forno a lenha) também não é desprezível, correspondendo a 30% do que é extraído anualmente (Gariglio et al., 2010). Apesar de sua enorme importância para a conservação de espécies e a prestação de serviços ecossistêmicos, o Cerrado perdeu 88 Mha (46%) de sua cobertura vegetal original, e apenas 19,8% permanecem inalterados. Entre 2002 e 2011, taxas de desmatamento no Cerrado (1% por ano) foram 2,5 vezes maiores do que na Amazônia (Strassburg et al., 2017). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 5.3.2 Intentional use: large scale (species being assessed is the target) [harvest] | habitat | past,present,future | national | very high |
O Atlas da Mata Atlântica indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. O desmatamento da Mata Atlântica entre 2017 e 2018 caiu 9,3% em relação ao período anterior (2016-2017), que por sua vez já tinha sido o menor desmatamento registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o bioma desde 1985. Além disso, foi verificado aumento do número de estados no nível do desmatamento zero, de 7 para 9, sendo que outros 3 estão bem próximos. Dos 17 estados, nove estão no nível do desmatamento zero, com desflorestamentos abaixo de 100 hectares, ou 1 Km². São eles: Ceará (7 ha), Alagoas (8 ha), Rio Grande do Norte (13 ha), Rio de Janeiro (18 ha), Espírito Santo (19 ha), Paraíba (33 ha), Pernambuco (90 ha), São Paulo (96 ha) e Sergipe (98 ha). Outros três estados estão a caminho desse índice: Mato Grosso do Sul (140 ha), Rio Grande do Sul (171 ha) e Goiás (289 ha). Apesar dos resultados positivos, cinco estados ainda mantém índices inaceitáveis de desmatamento: Minas Gerais (3.379 ha), Paraná (2.049 ha), Piauí (2.100 ha), Bahia (1.985 ha) e Santa Catarina (905 ha). O relatório aponta que no último ano foram destruídos 11.399 hectares (ha), ou 113 Km², de áreas de Mata Atlântica acima de 3 hectares nos 17 estados do bioma. No ano anterior, o desmatamento tinha sido de 12.562 hectares (125 Km²). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | needed |
A espécie ocorre em territórios que possivelmente serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Espírito Santo - TER33 (ES) Território Itororó - TER35 (BA), Território Marabá - TER1, Território Milagres - TER39, Território Mucugê - TER40, Território Formosa - TER9, Território Centro-Minas - TER10, Território Vale do Paraíba - TER30, Território Campinas - TER18, Território Paraná - TER19 |
Ação | Situação |
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5.1.1 International level | on going |
Considerada Vulnerável (VU) na Lista Vermelha da IUCN (World Conservation Monitoring Centre, 1998). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.3 Sub-national level | on going |
Considerada Vulnerável (VU) pela Lista vermelha da flora do Paraná (SEMA/GTZ-PR,1995). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie foi avaliada como Vulnerável (VU) no Red Book 2013 e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). | |
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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16. Other | cultivated | whole plant |
É de crescimento rápido e é uma excelente espécie pioneira para restabelecer florestas nativas (Tropical Plants Database, 2020). | ||
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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9. Construction/structural materials | natural | stalk |
A madeira é leve, flexível, com boas propriedades mecânicas e alta durabilidade natural útil para construção em geral, dormentes, postes de vedação e cabos de ferramentas (Tropical Plants Database, 2020). | ||
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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7. Fuel | natural | whole plant |
A madeira é usada como combustível (Tropical Plants Database, 2020). | ||
Referências:
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